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D’Ale está de volta! Ídolo é apresentado para o último tango em Porto Alegre

Camisa 10 voltou para casa (Fotos: Ricardo Duarte)

Mais de 12 temporadas defendendo a mesma camisa. Um total de 517 jogos, 95 gols e 113 assistências. 13 títulos, entre eles Copa Libertadores e Sul-Americana. O terceiro jogador que mais vestiu a camisa do Inter, mesmo vindo de fora do país. O ídolo Andrés Nicolás D’Alessandro está de volta ao Clube do Povo para escrever seu capítulo derradeiro como jogador de futebol. O último tango do argentino mais brasileiro do mundo já começou!

Esta quinta-feira, dia 13 de janeiro, entra de imediato para a história colorada. Data que marca o retorno oficial do ídolo, apresentado pela diretoria no Beira-Rio. Ao lado do presidente Alessandro Barcellos, do vice-presidente de futebol Emílio Papaléo Zin e do diretor executivo Paulo Bracks, D’Ale recebeu de volta a sua camisa 10, cedida pelo amigo Taison, que voltou a usar a 7.

Em entrevista coletiva emocionante, o ídolo falou sobre diversos assuntos, esclareceu dúvidas e projetou seus últimos quatro meses como jogador de futebol. Confira abaixo os principais trechos.

Palavra da diretoria

D’Ale é apresentado por Bracks (E), Barcellos (C) e Papaléo (D)

Alessandro Barcellos:
“É um cara irresignado com derrota, gosta de vitória, gosta de título e tem os valores do Internacional no seu dia a dia. Isso é fundamental, com a entrega que ele tem, para um dos grupos mais jovens do Inter nos últimos anos. A presença do D’Alessandro dentro do vestiário vai nos ajudar muito nesse aspecto.”

Emílio Papaléo Zin:
“É muito bom ver o D’Alessandro vestindo novamente a camisa do Internacional. É um craque dentro e fora de campo. Neste começo de ano no Campeonato Gaúcho, que ele participou de sete conquistas, vai nos ajudar muito. Com sua experiência, sua liderança e seu talento, certamente terá uma participação decisiva neste início de temporada onde o Inter está formando seu elenco.”

Paulo Bracks:
“Quando penso no D’Alessandro, penso nele com a camisa do Internacional. Vai ser um orgulho muito grande tê-lo como colega de trabalho e nós contamos muito com ele dentro e fora de campo.”

D’Alessandro

Entrevista longa e emocionante marcou retorno do camisa 10

Volta para casa
“Estou muito orgulhoso e feliz de o Inter ter me aberto as portas novamente. Era um possibilidade que, quando sai no ano passado, pensava, mas não era uma realidade. Em conversa com a diretoria e o presidente a gente conseguiu e hoje estamos aqui. Estou muito feliz de voltar para minha casa.”

Disposição de sobra
“Se o treinador precisar de mim dois minutos, estarei à disposição. Se precisar em 20 minutos, estarei à disposição. Se não precisar de mim dentro, mas fora de campo, também estarei à disposição.”

Como se fosse a primeira vez
“Eu não voltei ao Inter pelo que eu ganhei. Voltei porque a diretoria, o treinador e o grupo estão convencidos de que eu posso contribuir com eles de alguma maneira, seja fora ou dentro. Para mim, vai ser como o primeiro Gauchão que joguei lá em 2009, que vencemos de forma invicta, junto com o Taison.”

Intensidade do novo treinador
“Temos um treinador com ideias novas, com uma característica diferente dos treinador anteriores. Um treinador que gosta de trabalhar, é intenso e não gosta de brincar, já mostrou isso nos primeiros treinos. Não tem outro jeito a não ser trabalhar. Já não se ganha mais no futebol só com a bola no pé, se ganha com intensidade, se doando, tendo comprometimento, esforço e dedicação. É preciso viver para o futebol 24 horas por dia.”

Recado aos críticos
“Existe uma minoria que achava que não poderia treinar e não teria forças. Uma minoria que se incomoda com a minha presença novamente em Porto Alegre. Uma minoria que talvez vista outra cor. Estou aqui muito vivo, com muita força e muito feliz. Ninguém conseguiu ganhar tudo, mas quando falam do D’Alessandro mudam o pensamento e a cobrança. Mas eu sempre matei no peito e, dessa vez, não vai ser diferente. Estou mais forte, estou que nem o vinho. Pode continuar batendo que não tem problema.”

Fim da linha
“É difícil cravar, mas a minha carreira vai terminar. Vou jogar quatro meses, ajudar no que eu puder até 30 de abril, farei 41 anos no dia 15 de abril. Depois disso, vou para a minha casa, descansar, sair de férias. Continuarei ajudando o Inter, comparecendo nos jogos, porque me tornarei torcedor. Já sou um torcedor, mas um atleta torcedor que continua trabalhando no clube.”

Volta à cidade
“Eu tinha muita vontade de voltar a morar em Porto Alegre. Não deixei de morar e voltar aqui como cidadão. Mas queria retornar para ficar e me despedir do futebol. Acho que posso dizer que é justo, eu sinto isso, é o que o torcedor e o clube me passam. É justo eu me despedir com a camisa do Internacional. Não poderia me despedir do futebol e encerrar minha carreira com outra camisa.”

Despedida do torcedor
“Eu preciso do torcedor. O clube precisa do torcedor. Agora vou ser um pouquinho egoísta, preciso me despedir do torcedor. Seja em Bagé, Erechim, Ijuí, ou na cidade que a gente for, mesmo se eu não for jogar, pedirei para viajar e acompanhar o grupo. Eu necessito me despedir do torcedor, ter contato com eles.”

Aposentadoria
“Preparado a gente nunca está. Eu vou pensando no dia a dia que termina uma coisa que é difícil assimilar. O atleta de futebol tem duas vidas dentro de uma. A vida de atleta e depois tem mais 40 ou 50 anos pra viver. Tenho que me preparar para isso.”

Amizade com Taison
“Taison é um amigo. Como atleta, dispensa comentário. Mas, como pessoa, dispensa mais ainda. A gente tem uma amizade muito grande. Ele vai ter que me ajudar, já ajudei muito ele. A gente vai trabalhar junto. Nunca é fácil pra quem sai do Inter e fica longe um tempo. O Inter mexe muito com o sentimento das pessoas, pelo menos a gente que tem um carinho e amor enorme pelo clube. Mexe demais. Quando a gente está longe, quer voltar a ficar aqui.”

Orgulho em vestir o manto
“Ser o terceiro jogador com mais jogos no clube é um orgulho. Hoje em dia, é muito difícil encontrar atletas que fiquem tanto tempo em um clube. Não é um objetivo ser o segundo. Se acontecer, ficarei muito feliz. Mas se não acontecer, posso jogar apenas alguns jogos. Depende de como o treinador quiser me utilizar. Tenho bem claro na minha mente, eu voltei para ficar à disposição, cumprir como um atleta profissional o dia a dia e minhas obrigações com o que o treinador precisar. Seja um minuto, sejam dois. De repente, faço uma ou duas partidas em quatro meses. Isso não vai tirar a minha felicidade por ter voltado, por estar com o grupo, voltar a Porto Alegre, por vestir esse manto colorado, que não é pouca coisa.”


> Assista à entrevista coletiva na íntegra!

Imagens

Crédito: Ricardo Duarte