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Campeão da Copa do Brasil
1992

Acostumada às medalhas de ouro, a torcida colorada cansou de sentir o gosto da prata ao longo da década de 80. Por detalhe, destacados troféus nacionais e continentais não desembarcaram no Beira-Rio. A carência de grandes títulos batia na porta. Até que o ano de 1992 chegou para varrer qualquer desconfiança.


Campeão gaúcho um ano antes, o Inter recebeu importantes reforços para a estreia na Copa do Brasil. O adversário, Muniz Freire, do Espírito Santo, não conseguiu complicar a equipe colorada, que se classificou com um tranquilo placar agregado de 8 a 1. O embate serviu para encaixar as novas peças do elenco, até porque, a partir da fase seguinte, os comandados de Antônio Lopes não teriam sossego. Corinthians, Grêmio, Palmeiras e Fluminense estiveram no caminho do Clube do Povo, que disputou todas as partidas decisivas no Beira-Rio. No Gigante, inclusive, superamos uma decisão por pênaltis, eliminamos o estrelado time do Parque Antártica e, ainda, recebemos os cariocas após derrota por 2 a 1 no jogo de ida, com Caíco marcando.


A torcida colorada deu show nas horas que antecederam a finalíssima, disputada no dia 13 de dezembro. Tirando vantagem do fato de a concentração do elenco do Inter acontecer no próprio Beira-Rio, um verdadeiro povo vermelho tomou o pátio do Gigante desde as primeiras horas da manhã, contagiando o grupo e enviando energias positivas para os atletas, deixando claro que, durante os 90 minutos, existiria uma multidão ensandecida os apoiando rumo ao título. A festa continuou nas arquibancadas, sociais e cadeiras do Estádio, tomadas por uma massa que, em uníssono, cantou ininterrupta pelo Internacional.


A ampulheta deve ser o mais torturante dos relógios já inventados pela humanidade. De seus vidros transparentes, impõe ao espectador a ingrata sensação de assistir ao tempo se esvaindo em nossas mãos. Em uma partida de futebol, cada grão de areia que dela despenca simboliza, mais do que um segundo superado, uma oportunidade perdida, ou chance de gol não aproveitada. Foi exatamente desta forma que a torcida colorada viveu a decisão da Copa do Brasil: angustiada.


Tomada de enorme tensão, similar, em seu tamanho, ao Beira-Rio. Fora do estádio, os secadores sorriam aliviados. Pelo Rio Grande, os pessimistas começavam a hesitar. Mas, no Gigante, a torcida não se permitiu desacreditar. Mesmo com o tempo cada vez mais escasso. E foi exatamente essa inabalável fé no vermelho colorado que ajudou Daniel a brigar contra três marcadores até sofrer falta na ponta esquerda do ataque alvirrubro. Surgia uma luz no fim do túnel.


Às vésperas dos 40 minutos do segundo tempo, Luciano fez cobrança precisa, levantando bola perigosa na área carioca. Pinga conseguiu dominar mas, no momento em que se preparava para finalizar, foi puxado. Pênalti, que devido à reclamação dos visitantes só pôde ser batido quando o relógio já indicava 41. Na bola, Célio Silva. Na ponta da chuteira, o coração de milhões. No Beira-Rio, um ensurdecedor silêncio.


A primeira corrida do batedor foi interrompida pela infantil cera do goleiro que, de tanto brilhar no jogo, decidiu seguir aparecendo mesmo quando o destino parou de sorrir para sua meta. Infeliz, o adversário apenas retardou o inevitável. Quando voltou a engatilhar a cobrança, Célio, avassalador, levantou grama, bola e torcida, fazendo o Gigante explodir. Inter campeão!

Conquistado o título, da Coréia às perpétuas o Estádio chorou. De alegria, com a quarta estrela, mas também de alívio, pela retomada do caminho rumo aos grandes títulos. É bem verdade que as temporadas seguintes não estiveram à altura daquela em que conquistamos a Copa, mas este novo jejum seria recompensado como torcedor algum imaginava. Depois de dominar o Brasil seguidas vezes, o Inter se preparava para libertar a América.