Decidir um torneio contra o maior campeão da Libertadores é uma tarefa indigesta. Encarar um acanhado caldeirão, idem. Desafio equivalente a confrontar um recente campeão da América, cuja casa, mesmo desfalcada, é temida por todo o continente. A Recopa de 2011, ao colocar os vermelhos Inter e Independiente frente a frente, foi marcada pelo respeito.
Que não confundam, no entanto, estima com covardia. Ao mesmo tempo que valorizava o tamanho do adversário que enfrentava, o Inter estava decidido a adicionar mais uma taça ao seu pomposo museu. No primeiro confronto, disputado na Argentina, até saímos na frente, mas tomamos a virada. Com o revés de 2 a 1, seria necessário vencer no Beira-Rio.
Uma mais do que especial união das torcidas do Clube unificou o grito do Beira-Rio. Naquela noite, inclusive, o estádio chegou a falar para a torcida, inflamando os presentes. A chegada do elenco ao Gigante, destaque-se, foi abençoada com a segunda edição das tradicionais Ruas de Fogo, que coloriram a Padre Cacique no mais intenso tom alvirrubro.
A limitada social, já em reformas para a Copa do Mundo, não teve sua ausência sentida, sendo compensada por cada colorado e colorada presente, que cantaram como se fossem os 100 mil do dia inaugural. Leandro Damião, duas vezes, e Kléber, de pênalti, marcaram para o Inter, garantindo a vitória, por 3 a 1, e o título, penúltimo do estádio antes de ser fechado para remodelação.