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Vicente Rao é o Personagem do Mês do Museu do Inter

O Personagem Do Mês de junho do Museu do Inter é ninguém menos que Vicente Rao, grande impulsionador da primeira torcida organizada do sul do país e personagem ímpar da cidade de Porto Alegre. Rao tem sua trajetória ligada ao Internacional de várias formas. Nasceu no dia 4 de abril, mas em 1908, um ano antes da fundação do Clube do Povo. Foi jogador do Clube na segunda metade da década de 1920, tendo feito parte do grupo campeão gaúcho em 1927, primeiro título estadual colorado. Na oportunidade, Rao jogou apenas uma partida, em 1926, e marcou um dos gols. Dizia que era impossível ser titular concorrendo com Ribeiro e Lampinha, meias da época.

Na década de 1930 se afastou do Colorado para fazer parte do Clube Atlético Bancário, mas não abandonou seu amor pelo alvirrubro. Chegou a jogar contra o Inter, mas seu coloradismo falava mais alto, como no episódio em que comemorou um gol do Inter no final do jogo mesmo estando em campo com a camisa do adversário. Foi também nessa época que começou sua trajetória nos blocos de carnaval da capital, com a “Banda Filarmônica do Faxinal” e o famoso “Tira o Dedo do Pudim”. Suas estrepolias eram amplamente noticiadas pelos jornais do período e várias vezes foi destaque em publicações como a Revista do Globo.

Vicente Rao foi o criador do Departamento de Cooperação e Propaganda (DCP)

Na década de 1940, Rao esteve à frente da primeira torcida organizada do sul do Brasil, o Departamento de Cooperação e Propaganda (DCP), introduzindo o carnaval ao estádio, com fogos, serpentinas, papel picado e faixas. Além disso, era responsável por neutralizar a torcida adversária através de estratégias de propaganda. É muito conhecido o episódio em que, sabendo que a torcida do tradicional rival faria festa igual à sua, preparou uma faixa com os dizeres “Imitando os negrinhos, hein?”, que arrefeceu o ânimo dos adversários. Também é muito conhecida a história da cabrita Chica, que Rao fazia questão de levar aos jogos, mesmo quando sua entrada fora proibida.

Foi ainda Rei Momo da cidade de Porto Alegre entre os anos de 1950 e 1972, além de Papai Noel da cidade. E, em 1969, foi um dos fundadores da Camisa 12, tradicional torcida organizada do clube que existe até hoje. Falecido em 1973, virou nome de rua na zona sul, tendo na placa a alcunha que define perfeitamente sua vida: “alegria do povo”.